3.4.10

, impressionante ;

Impressionante , como é possivél , apenas vendo uma fotografia nossa , desenho logo uma lágrima dentro de mim , e esboço-a pela minha face a baixo , impressionante , como , lendo simples palavras tuas , que me tocam na alma e ferem na recordação me deixam tão em baixo , impressionante , como é que quando te vejo , tudo o que está á minha volta , fica mudo , não ouve , fica cego , e não se movimenta , e apenas me fixo em ti (...) Impressiona-me ainda , como consigo viver sem ti , impressiona-me ainda , como ainda consigo viver , sem ter o teu sorisso , a tua gargalhada , a tua lágrima , a tua voz , o teu silêncio , o teu olhar , a tua palavra , o teu sentimento , as tuas mágoas , os teus desejos , é tudo uma confusão de palavras , eu já nem sei aquilo que devo escrever , sinceramente , acho que foi contigo que já usei , e gastei todas as palavras possivéis , e sempre repetindo , um "amo-te" , várioas "amo-te (s)" até (...)
Nunca me tinha dedicado a uma amizade , como me dediquei á nossa , á tua amizade ; Acho que nunca tinha entendido o verdadeiro significado de amizade até te encontrar (...) Já repeti isto mil e uma vezes , mas não me canso de dizê-lo (...) A despedida foi algo que custou muito , deixar-vos , a vocês que amo , deixar amigos , e escola , deixar país , deixar família , deixar a casa , deixar a rotina , deixar a neve , deixar o sol , deixar La-Chaux-Fonds , foi a pior sensação da minha vida , e continua a sê-lo , sempre que vou (...) Mas (...) Volto (...) Admito que na viagem , não parei de conversar com o meu ídolo , o meu pai , perguntando-lhe : «Papá , que é que nós vamos fazer a Portugal ?» , com ar inocente , perguntava , esboçando um sorriso muito rasgado , com vontade de chorar , pois a partida já tinha sido á minutos atrás e a saudade , já era muita , ele , sorrindo respondia-me sempre : «Nathalie , vamos para a beira dos teus avós e da outra (a)vó , vamos para a nossa casa (...) Vamos construir uma nova casa , e tu , vais para a escola , conhecer novos amigos e amigas (...)» , eu de novo : «Mas papá e a mamã ? Não vem ? E a escola ? Eu não quero amigos novos , eu quero os meus amigos (chorando)» ; Ele tentou (não conseguindo) , todos os dias até hoje , me animar sempre que eu me ía a baixo , ele tentou , todos os dias até hoje , com que eu esquecesse a dor , e relembra-se a felicidade (...) Continuando (...) E assim foi , entrei num novo mundo , mal entrei em Portugal , e tudo , era , definitivamente diferente daquilo que eu imaginara , entrei com o pé direito e esquerdo bem fixos naquela entrada da escola , todos me olhavam como se eu fosse "CULPADA" , todos me olhavam com ar estranho , pois eu era estranha nos seus olhares (...) Foste a única , que eu cativara , e tu a mim , assim sucessivamente (...) Com o passar dos anos foi conhecendo-te sempre e sempre , até , hoje , e hoje , ainda me pergunto "Será que te conheço ?" , não sei , sinceramente , sinto-me no meio de um poço , onde quando vejo alguma recordação desato a chorar , quando te vejo , choro , quando te olho , choro , quando te sonho , choro , quando te tocas , me tocas , apetece-me chorar (...) E assim sempre , criando um ciclo vicioso de lágrimas e mais lágrimas (...) Só te quero de voltar (...) É esse o meu grande desejo (...) Adormeço , e sonho (...) Que nunca mais partirás !

2 comentários:

sofia. disse...

está tão bonito. deve ser díficil deixar tudo para trás e dizerem-nos para seguir em frente quando tudo o que nos realmente importanão está connosco :s
beijinho*e vou seguir

nathalie gomes disse...

ty sofia (: